Popularidade em queda revela mais que números: mostra um governo presente no poder, mas ausente na condução do país.
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A erosão da popularidade do presidente Lula não se deve apenas à inflação persistente, ao escândalo no INSS ou à fome tributária do governo. Vai além. O que cresce é a percepção de que não há governo no Brasil. Temos uma máquina ativa, discursos diários, mas falta algo essencial: comando. Direção. Responsabilidade.
A política fiscal do Governo Lula III é improvisada, confusa e marcada pela recusa de encarar a realidade. O recente pacote é prova disso: fingem cortar, mas apenas adiam gastos, empurrando as despesas de hoje para o próximo ano como quem varre sujeira para debaixo do tapete. Em vez de conter excessos, aumentam o IOF — um imposto que deveria ser regulatório, mas virou uma CPMF disfarçada, usada para arrecadar em cima de quem trabalha e consome. Encarece o crédito de quem quer empreender ou financiar um bem básico, como um carro. É um governo que prometeu simplificar os tributos, mas revive os piores vícios da era Dilma: arrecadar mais para não mexer em nada.
E não é acidente. É padrão. Lula III não fracassa por tentar e errar. Fracassa porque não tenta governar de verdade. Ocupa o poder como quem apenas administra espaços e acomoda aliados. A máquina pública está loteada. O projeto de país virou projeto de sobrevivência partidária.
Mas o Brasil não precisa de um governo que se esconda atrás da arrecadação. Precisa de liderança com coragem de cortar privilégios, dizer a verdade e devolver ao poder o seu fim: servir à Nação, e não a si mesmo.