Existem dois vértices ideológicos bem claros na política brasileira: Um conservador-liberal e outro socialista-transformador.
Dentre esses dois blocos, encontramos inúmeros partidos políticos. Atualmente em nosso país, de acordo com as doutrinas e os estatutos partidários, temos mais de 3 dezenas de partidos inseridos em um desses vértices.
Um desses partidos é o Partido Progressista (PP), conhecido e marcado pela doutrina da livre iniciativa bem como pela defesa dos valores tradicionais da democracia representativa ocidental aos moldes liberais.
Sendo filiado ao PP, discordo veementemente que meu partido, desde o governo Lula, não apenas compactue, como também lidere algumas das corrupções detectadas nos governos Lula-Dilma.
Já seria falta de coerência suficiente, o apoio de parlamentares do partido progressista, as políticas públicas programáticas do Partido dos Trabalhadores. Não porque todas devem ser condenadas mas porque, partem, doutrinariamente, de fundamentos filosóficos contrários aos ditames partidários do PP dentre os quais cito a progressiva centralização da economia por parte do Estado, a defesa do marxismo, a pretensa implantação de uma democracia direta e o auxílio de políticas públicas contrárias aos valores tradicionais da nossa civilização judaico-cristã.
Todavia, a surpresa com o PP não para por aí. Parte da cúpula do partido está intimamente ligada aos desvios do “Mensalão” e do “Petrolão” bem como submissa as táticas políticas espúrias do PT.
Se torna difícil sustentar a autenticidade político-partidária quando observamos tamanha incoerência política que se faz somente em virtude das benesses do governo federal, da troca de cargos e de outras práticas condenáveis.
Em vista dessas e outras incoerência é que diariamente me questiono e sou questionado sobre o futuro do Partido Progressista.
Confesso que temo pela defesa das ideias conservadoras-liberais na medida em que os partidos nelas fundados, a exemplo do PP, demonstram tamanha adesão as ideias socialistas do PT.
Não que as ideias liberais representem a verdade absoluta. Ambos os vértices ideológicos são indispensáveis para a sobrevivência de uma democracia autêntica.
Ocorre que, se os partidos originariamente fundados no conservadorismo-liberal não zelarem pela sua autenticidade doutrinária, acabarão perdendo a razão de existir.
É chegada a hora (a reforma política está aí) dos conservadores, liberais e democratas cristãos refletirem sobre o futuro da representação partidária desse espectro doutrinário.
Ao menos aos filiados do PP, o futuro parece ser desalentador.