Segundo o Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, na defesa da Presidente Dilma ante o processo de Impeachment “No sistema Presidencialista é excepcionalíssima a possibilidade de afastamento do Presidente”. Reforçando seu argumento de que somente “fatos tipificados como crime e cometidos diretamente pelo Presidente” podem ensejar a responsabilização de Dilma, ele está a dizer que, somente se pega com a “boca na botija”, a Presidente possa ser afastada. Ainda, e, mesmo assim, somente se o fato for muuuuiiiito grave.
Em outras palavras, na nossa democracia presidencialista, José Eduardo Cardozo confirmou, a vontade popular, representada pelos parlamentares, NÃO É, (palavras dele) o suficiente para afastamento do chefe do Executivo.
A vontade popular brasileira, que no momento não deseja mais submeter-se ao atual governo, não é, por si só, motivo suficiente para capacitar a troca de governo.
Estamos, de fato, disse o ministro, sob uma democracia em que um governo pode continuar governando MESMO QUE o povo assim não queira.
Ora, se isso não é a tirania institucionalizada, legitimada por esparsos processos de verificação da vontade popular (a cada quatro anos), não sei mais o que é.
Parece que a vontade do povo só vale se for para eleger os companheiros, do contrário, é golpe.