A guerra cultural e o sexo como campo de batalha
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  • 10/09/2017

A guerra cultural e o sexo como campo de batalha

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A maioria das pessoas já ouviu falar de guerra cultural. Mesmo aqueles que não se aprofundam nas discussões sobre o tema sabem que vivemos na era da pluralidade e que a existência de uma ordem moral unitária e coesa há tempos deixou de existir. Muitos temem que a pluralidade seja uma porta para a amoralidade, que a divergência de concepções morais provocaria uma anomia generalizada da sociedade. 

Todavia, a experiência que alguns descrevem como alienação, anomia, falta de objetivo e palavras afins pode ser considerada de um ponto de vista bem diferente. Pode ser encarada como necessária para uma experiência genuína de liberdade. Porque, se em relação aos valores e símbolos de minha família, minha igreja e minha cultura, sou livre para fazer indagações radicais sobre eles, consigo perceber um critério ou perspectiva capazes de levantar questões que - dando testemunho de minhas capacidades cognitivas para além do finito -, refutarão ou confirmarão meus valores anteriores. 

Atualmente, o conflito cultural mais radical se dá no campo dos sexos e acerca das questões de gênero.  Poucas pessoas percebem que a “Revolução Sexual” é muito mais revolucionária do que qualquer revolução política ou militar da história afinal, não afeta somente as vidas das pessoas, mas a própria concepção que temos sobre o fenômeno vida em si. 

O sexo é, de fato, a religião da nossa cultura, o motor do nosso tempo. É a motivação mais forte que existe na atualidade. Mais que o dinheiro, o poder e a fama, as discussões sobre “sexo” são fervorosas e é neste campo que nós temos mais condições de - analisando os atuais conflitos -, confirmamos de vez alguns valores morais tradicionais e refutarmos totalmente alguns absurdos que tentam ser implementados. 

A mostra da Cultura do Santander que trazia a exposição da “arte queer”, por exemplo, encerrada precocemente neste domingo frente as críticas que recebeu do público, nos deu a possibilidade – com os quadros, telas e estátuas que incentivavam a pedofilia, a zoofilia, a pornografia e a ridicularização da religião cristã bem como outros absurdos, sandices e crimes contidos em diversos trabalhos intitulados de “arte” -, de percebermos os males que a materialização da vida humana e a objetivação do corpo podem trazer aos seres humanos. 

Este viés idólatra dos instintos mais baixos do homem, que sempre foi defendido por muitos na obscuridade sem que precisassem dizê-lo em público assumem agora – graças a pluralidade e a exposição de informações -, uma posição clara e aberta sobre quais valores morais defendem e quais visões do homem, da vida e da sociedade buscam implementar. 

As frentes de batalha estão se tornando mais claras para todos nesta guerra cultural. Com o pluralismo e a possibilidade de manifestação de divergências, a dissimulação acaba não sendo mais uma opção. "Sabe-se agora que certos discursos do politicamente correto e do “mimimi” que pauta a opinião pública em geral escondem uma tentativa de disseminar, por baixo dos panos, outras concepções morais sobre o homem e a sociedade que divergem daquelas consideradas tradicionais. Não vejo que isso seja um problema. Pelo contrário. O pluralismo, possibilitando que concepções morais que atuavam na obscuridade venham a público, coloca a obrigação de que as novas formas de moralidade assumam seus reais objetivos e visões de mundo. 

Não devemos ter problemas com o pluralismo pois é exatamente graças a ele que as concepções morais sacanas, obtusas e criminosas estão sendo expostas e refutadas pela sociedade brasileira. Ao mostrarem “para que vieram” e o que defendem, acabam sendo defenestradas pela própria realidade e rejeitadas pelo cidadão. 

É por isso que a “pluralidade” - que antigamente era defendida por certas correntes morais autointituladas de “perseguidas”-, agora acaba combatida pelos mesmos movimentos. A “Nova agenda moral” confrontada com “outras verdades” mais perenes, tradicionais e verdadeiras, acaba demonstrando na prática, a falácia dos argumentos das posições e das ideologias que busca implementar. 

Não é à toa que os “modernos morais”, aqueles que expuseram suas “artes” na mostra Cultural do Santander bem como os demais defensores de ideologias nefastas chamam de “fascista” todo aquele que pensa de modo distinto. Buscam, na marra e no grito, evitar o pluralismo já que sentem que ele - ao expor a ignominia e irracionalidade da nova moral, que buscam solapar as bases da civilização ocidental -, é a própria sentença de morte e de derrota cultural dos que defendem os novos modismos sobre “sexo” e “gênero”. 

A pluralidade acabará, inevitavelmente, com qualquer totalitarismo, seja ele econômico, político ou cultural. A verdade sobre as coisas, mesmo sobre certos temas morais, convive tranquilamente com a liberdade. Já a falsidade e mentira não resistem ao serem confrontadas com ela. 

Por Mateus Wesp