O Respeito aos Legados
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  • 28/11/2015

O Respeito aos Legados

Respeitoaoslegados

Faz três anos que perdi minha avó. Embora a saudade da convivência seja constante, o que mais sinto falta é de por meio dela me fazer presente num passado o qual não vivi.

Explico: Pelo diálogo com minha avó e os causos que ela contava era possível conhecer o passado sem tê-lo vivido, experimentar tempos idos os quais hoje, pela ausência dela, tornam-se incomunicáveis a mim . Restam vagas lembranças das histórias que ela contava.

Minha avó era daquelas bugras interioranas que tendo nascido no campo, possuía um vasto conhecimento empírico de seu meio. Eram causos de gauchadas, brigas de facões, assombrações (estilo boi-tatá), bailantas à moda antiga, carreiradas e outras experiências que se eu não tivesse escutado diretamente dela, pensaria provavelmente que eram fantasia.

Pensando nisso fico até com dó das novas gerações que nunca ouviram e provavelmente, pelo eterno silêncio daqueles já se foram, nunca ouvirão os relatos que caracterizam a história do passado.

Na ausência da minha avó, dona Liberaci, mais conhecida como “Vó Bera”, divago pela quantidade de relatos que eu nem faço ideia que poderiam ter de fato ocorrido. Realmente, faz sentido a expressão “um tempo que não volta mais”.

Minha avó tinha 7 filhos dentre os quais minha mãe, dona Sara, é a quarta. Os mais velhos, meus tios Jairo e Jane, são aqueles que hoje dão continuidade ao legado cultural desse passado.

Bacana a possibilidade de conviver com os mais velhos, respeitar suas histórias e suas histórias que dr algum modo acabam dando sentido a nossa existência atual.

Um dia nós também deixaremos um legado... feliz aquele que vive o dia de hoje sabendo de onde veio, quais origens e quais os fatos que tornaram a realidade atual compreensível.

Que os legados sejam cultivados, que as histórias sejam relembradas e que o passado vire uma constante em nosso presente.

Por Mateus Wesp