E agora, José?
Não utilizamos cookies próprios. Nosso site utiliza apenas cookies de terceiros essenciais e para monitoramento de acessos e estatística dos site. Ao continuar navegando você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Sombra horizontal g
  • 27/10/2017

E agora, José?

Thumbnail img 20171027 wa0010

Vivemos uma acefalia geral do poder político nacional. A política segue sendo arena para acusações polarizadas dos Contrários/Favoráveis a Dilma/Temer. Neste descalabro sem perspectivas para o futuro, todos criticam “o hoje”, ninguém se preocupa com o amanhã. O fenômeno já foi percebido quando da retirada de Dilma. Alguns perguntavam “mas e depois de tirar?”; outros respondiam “depois a gente vê”.
 
Recordo que à época alguns poucos membros do PT falavam lucidamente (Tarso Genro, Aloísio Mercadante) em reforma política (parlamentarismo, para ser mais preciso) sem que ninguém desse ouvidos. O importante era sentir-se “representado” na presidência por outra personalidade que não aquela que personificava o “inimigo”. 
 
Hoje, o fenômeno se repete com outros atores. A preocupação é com a retirada de Temer (e não defendo que ele deva ficar, até porque, quando fui me manifestar pela saída dele e por reformas políticas em agosto deste ano, contabilizei pouco mais de 50 pessoas na praça. Ironicamente muitos dos quais reclamam que não veem ninguém nas ruas como outrora, nunca tiram a bunda da cadeira para irem a lugar algum).
 
Escuto alguns atores políticos falando novamente de reforma das instituições, alteração das regras do jogo político, parlamentarismo. Todos dão de ombros. O importante, todos dizem pensam, “é colocar a personificação de nossas ideias no poder”. Escolher o grande líder, o mais virtuoso. Depois a gente vê.
 
Neste baile de máscaras em que se trocam personalidades e nada muda, ninguém sugere trocar o disco e alterar a música. Ainda dizem que o problema não são as regras, mas as pessoas que não são honestas o suficiente...
 
E eu ainda fico aqui, ingenuamente “espantado” com este povo brasileiro danado de “azarado” que teima em “escolher a pessoa errada” mesmo após 128 anos de tentativas eleitorais sob o sistema presidencialista...
 
Talvez, de fato como a maioria pensa, devemos tentar mais umas mil eleições neste mesmo sistema. Vai ver uma hora a gente acerta na escolha.

Por Mateus Wesp